terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dilma e o aborto


             A questão do aborto parece ter prejudicado a vitória da Dilma no primeiro turno. E talvez paire como um fantasma pelas discussões no segundo.
         É muita hipocresia das igrejas. A questão da escolha de ter ou não um rebento tem que ser de competência exclusiva da mulher. 
         Uma célula se dividindo não tem nome, sobrenome, laços sociais ou consciência de nada. Pode ser até uma vida, mas ainda não é humana. Para se "ser humano" é preciso a consciência do universo que nos cerca. 
         Deixar uma criança dessas vir ao mundo é colocar mais um ser indesejado na face da Terra.
         Aí surgirão as consequências. E Igreja nenhuma - nem padres nem pastores - se propõem a criar os futuros delinquentes. Simplesmente, uma parte deles acabará abandonados a própria sorte nas ruas das grandes cidades.
         Alguém já disse que os conservadores são contra o aborto, mas depois defendem a pena de morte para eliminar os desajustados sociais que, fatalmente, surgem desta multidão de crianças rejeitadas pelos pais e pela sociedade.
         Aí sim, o coitado, já dotado de nome, sentimentos e histórico de vida, vai acabar morto pela polícia. E sem qualquer culpa da sociedade. Afinal, ele é uma ameaça a todos.
         Como a Igreja ainda tem uma influência muito forte no grosso da população, principalmente nas fatias mais atrasadas dela, será preciso o futuro presidente, ou presidenta, ter a coragem de modificar a lei do aborto por decreto. 
          É esta a única forma de evitar que milhares de mulheres morram anualmente em clinicas clandestinas e que uma massa de rejeitados migrem para o crime travando uma guerra desigual contra as polícia.

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