quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A banalização da fotografia.



         Sempre adorei fotografia. Na década de oitenta cheguei a escrever por alguns anos na página dedicada ao tema e que fechava o caderno Folha Informática da Bolha de São Paulo.
         Ali cobria o assunto como jornalista, fazendo entrevistas, mostrando o mercado - se consumia milhões e milhões de filmes por ano no Brasil - dando dicas de profissionais, uma vez que jamais passei de mero fotógrafo amador.
         E fotografar era um ato custoso, que envolvia ter um bom equipamento, manusear fotômetro, calcular abertura de diafragma etc. Além disso precisava saber escolher o filme e ter grana pra bancar a revelação.  
         Mas havia todo um encanto quando, depois desse complicado e demorado processo, se obtinha o resultado do trabalho.
         Hoje, confesso que estou assustado com a banalização da imagem provocada pela enxurrada de câmeras digitais e celulares de alta definição que vão surgindo. 
         Mergulhados num mar de imagens instantâneas, não prestamos mais atenção numa bela foto quando conseguimos uma, ou sequer nos preocupamos em imprimir ou fazer um beck up das imagens obtidas. E elas vão desaparecer pra sempre quando o equipamento for roubado, perdido ou sofrer um pane.
         Sou fascinado por novas tecnologias, mas acho que a fotografia enquanto arte ou registro do nosso cotidiano perdeu muito com essa banalização. O pior é saber que o processo é irreversível.        

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